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Perfil da Semana: Carlos Drummond de Andrade

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Semana passada, no dia 31 de outubro, foi comemorado o “Dia D”, Dia de Drummond. Essa semana, portanto, em uma singela homenagem a este grande nome do Modernismo brasileiro, o autor foi escolhido para o Perfil da Semana.

Biografia

Carlos Drummond de Andrade nasceu em 31 de outubro de 1902, em Itabura de Mato Dentro, interior de Minas Gerais. Estudou em colégio em Belo Horizonte mas voltou à Itabira, devido a uma doença, onde passou então a ter aulas particulares. No ano de 1918 volta a estudar em colégio interno, desta vez, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro.

Já em 1921 começou a publicar artigos do Diário de Minas e, no ano seguinte, ganhou o prêmio do “Concurso Novela Mineira”, com o conto “Joaquim do Telhado”. Começa então a estudar Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte em 1923 e, dois anos depois, conclui o curso. Ainda em 1925, casa-se com Dolores Dutra Morais e funda “A Revista”, veículo do Modernismo Mineiro.

Em Itabira, começa a lecionar aulas de português e geografia, porém, não se adapta mais a vida interiorana. Volta então a Belo Horizonte, onde trabalhou como redator no Diário de Minas. Em 1928, publica, na Revista de Antropofagia de São Paulo, “No Meio do Caminho”, que causa escândalo e sofre críticas da imprensa. Ao escrever “tinha uma pedra” no lugar de “havia uma pedra”, Drummond tem seu poema classificado como não-poesia, e sim, uma provocação, que fica ainda maior, se levar-se em conta a repetição da frase polêmica no poema. Atualmente, esta é considerada uma das maiores poesias de Drummond e um marco para o Segundo Tempo do Modernismo no Brasil.

Em 1930 lança o que seria um de seus poem as mais conhecidos, “Poema de Sete Faces”, na obra “Alguma Poesia”. O livro ainda conta com “Cidadezinha qualquer”, “Quadrilha” e, mais uma vez, o polêmico “No meio do Caminho”. Ao mudar-se para o Rio de Janeiro, em 1934, começa a trabalhar com o então Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema.

Na década de 40 publica “Sentimento do Mundo”, “Confissões de Minas”, vira funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional e, em 1946, é premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira pelo conjunto de suas obras.

Em 1950 foi à Argentina acompanhar o nascimento de seu primeiro neto de sua única filha, Julieta e, no mesmo ano, estreou como ficcionista. Em 1962 e aposenta do serviço público mas continua a escrever. Em 1967, nos 40 anos o poema”No Meio do Caminho”, lançou a obra “Uma pedra no mio do Caminho – Biografia de um poema”, na qual reuniu um longo material sobre o texto.

Em 1987 escreveu “Elegia de Um Tucano Morto”, obra a qual viria ser sua última. Em 05 de agosto de 1987, falece Maria Julieta Drummond de Andrade e 12 dias após a morte de sua filha, Carlos Drummond de Andrade também vem a falecer.

 

Obras de Carlos Drummond em nosso acervo

– Farewell. Rio de Janeiro: Record, 1996.

– A paixão medida. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1980.

– Para gostar de ler: crônicas. 7. ed. São Paulo: Ática, 1979. v. 1.

– Para gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979. v. 5

– Reunião: 10 livros de poesia. 5. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.

– A rosa do povo. São Paulo: Record, 19_ _?

– 100 poemas. Tradução: Manuel Graña Etcheverry. 2. reimpr. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

– Sentimento do mundo. 12. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

– Reunião: 10 livros de poesia. 5. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.

– A rosa do povo. 39 ed. Rio de Janeiro, RJ: Record, 2008.

– Garcia Lorca, Federico. Dona Rosita, a solteira, ou, A Linguagem das Flores. Tradução de Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro: Agir, 1959.

– Proust, Marcel, 1871-1922. Em busca do tempo perdido. Tradução: Carlos Drummond de Andrade, Prefácio, notas, resumo e revisão técnica: Guilherme Ignácio da Silva, Pósfacio: Franklin Leopoldo e Silva. São Paulo: Globo, 2012. v. 6.

 

Obras sobre Carlos Drummond em nosso acervo

– Sant’anna, Affonso Romano de. Drummond, el poeta en el tiempo. Salamanca: Universidad de Salamanca, 2002.

– Andrade, Mário de, 1893-1945. A lição do amigo: cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade, anotadas pelo destinatário. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982.

– Bomeny, Helena. Guardiães da razão: modernistas mineiros. Rio de Janeiro: UFRJ, 1994.

– Williams, Frederick G. (edit.); Pachaì, Seìrgio. (edit.). Carlos Drummond de Andrade and his generation: proceedings of the colloquium held at the University of California, Santa Barbara, April 24 and 25, 1981.

– Bischof, Betina. Razão da recusa: um estudo da poesia de Carlos Drummond de Andrade. São Paulo: Nankin, 2005.

– Gledson, John, 1945-. Influências e impasses: Drummond e alguns contemporâneos. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

– Bandeira a vida inteira: fotobiografia de Manuel Bandeira; com 21 poemas de Carlos Drummond. Rio de Janeiro: Edições Alumbramento, 1998.

– Hamburger, Michael. A verdade da poesia: tensões na poesia modernista desde Baudelaire. São Paulo: Cosac & Naify, 2007.

– João Cabral de Melo Neto … [et al.]. E agora adeus: correspondência para Lêdo Ivo. Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Mário de Andrade, Clarice Lispector, José Geraldo Vieira, Otto Maria Carpeaux, Ribeiro Couto, Erico Verissimo, Cassiano Ricerdo, Menotti Del Picchia, Jorge Amado, Jose Américo de Almeida, Lauro Escorel, Abgar Renault, Carlos Drummond de Andrade, Ivan Junqueira, Antonio Candido.. São Paulo: IMS, 2007.

– Correia, Marlene de Castro. Drummond: a magia lúcida. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2002.

– Talarico, Fernando Braga Franco. História e poesia em Drummond: a Rosa do Povo. São Paulo: FAPESP, 2011.

– Pilati, Alexandre. A nação Drummondiana: quatro estudos sobre a presença do Brasil na poesia de Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009.